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05.12.2011 - 14h48
Portadora de hiv relata sua história
GERAL - Na quinta-feira, 1° comemorou-se o dia mundial de luta contra a Aids, que hoje tem o maior índice de portadores no Rio Grande do Sul.
Origem
O Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi criado para relembrar o combate à doença e despertar nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a síndrome e reforçar a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas.
Índice nos municípios
Durante a semana foi divulgado através de um Boletim Epidemiológico DST Aids, divulgado pelo ministério em coletiva de imprensa em Brasília, onde na estatística por Estado foi constatado que o Rio Grande do Sul é a região que concentra maior número de casos de Aids.
A redação do Jornal Sobral entrou em contato com a secretaria de saúde de Butiá e Minas do Leão, para informar o número de portadores nos municípios porém, segundo informações não existe uma quantidade correta, pois muitas pessoas optaram por fazer os tratamentos diretamente nas cidades de Charqueadas e Porto Alegre. Conversamos com uma jovem de 22 anos que contraiu o vírus da Aids de sua mãe, através do parto. Para preservar sua identidade, a chamaremos de Esperança.

O relato
“Já fazem 18 anos que minha mãe morreu, meu pai também já é falecido. Fui criada pela minha tia, que sempre teve muita discriminação comigo, separando talheres, lavando as minhas roupas separadas e brigando muito comigo ” relata Esperança que completa “Tive muitos outros problemas de saúde por causa da minha imunidade baixa, diante de todos os remédios que eu tomava (coquetéis). Essa minha tia que me criou eu tratava e chamava ela de ‘mãe’ mas nunca tivemos uma relação boa. Já minha prima, essa eu considero como uma irmã, pois sempre me ajudou e me apoiou em tudo.”
Ainda na fase da adolescência Esperança relata que passou por uma fase de rebeldia, foi morar em São Gabriel com um grupo de amigas, não tomava seus remédios, só queria ir para as festas, não se cuidava mais, bebia, saia, dormia mal, foi quando ela piorou. Esperança voltou ainda mais doente para Porto Alegre. Após esse período ela começou a se cuidar, tomar os remédios na hora certa, parou de beber e entrou para uma Igreja Evangélica. Teve apoio dessa prima ‘irmã’, e hoje ela está muito bem.

O futuro
Ela já diminuiu vários remédios do coquetel, e agora o vírus aparece negativado no sangue dela, ou seja, é como se não existisse mais a doença. Atualmente ela mora de aluguel, trabalha em 2 empregos diferentes, estuda a noite e leva uma vida normal. Tem muitos amigos que ajudaram ela a chegar onde está. Agora ela caminha rumo a cura da doença, e tem muita fé de um dia ter uma vida ainda mais normal.
“Apesar de todos os problemas, eu nunca deixei de sorrir, sempre estava feliz e sempre fazia todo mundo rir! ” finaliza orgulhosa de superar esse obstáculo.