Notícias

10.10.2011 - 14h37
Desperdício do dinheiro público, meio milhão vira sucata
BUTIÁ - Estrutura para armazenagem de frutas, que só aqui no município, somaram investimentos de aproximadamente R$ 500 mil reais , estão fora de uso e estão virando sucata.

Foto: MANO MEDEIROS

Prédio amplo numa localização nobre nunca foi utilizado

Projeto
Concebido para incentivar a produção de frutas na metade sul do Estado, a construção de câmaras frias para armazenagem de frutas, chamadas de packing houses, acompanhadas ainda de equipamentos para classificação e beneficiamento de frutas foi um dos pilares da política para fruticultura durante o mandato do ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes, e foi implementado por
Afonso Hamm, que era gerente do Programa Nacional de Fruticultura
no Ministério da Agricultura.
Fracasso
Começaram a casa pelo telhado, foram utilizados recursos em um valor expressivo, para construir sete câmaras frias para armazenagem de
frutas em municípios da metade sul do Estado, mas ninguém se preocupou se estes municípios teriam produção suficiente para colocar nas câmaras. Com escassa produção, e com os pequenos produtores não tendo o habito ao modelo associativo, a maioria destas
câmaras nunca entraram em funcionamento.
Promessas
Desde que foi inaugurada em janeiro de 2004, muitas foram as promessas de que iriam utilizar a câmara fria, como foi mostrado nas páginas do jornal Zero Hora no caderno campo e lavoura em janeiro de 2006: “Algumas prefeituras ainda têm planos para colocar em atividade suas câmaras frias e packing houses. Em Butiá, o
secretário de Agricultura, Alcemar Silveira, acredita que nos
próximos meses conseguirá fechar acordo para que a associação
de fruticultores local assuma o controle dos equipamentos
e utilize-os na próxima safra, a partir de outubro”, só
que os planos ficaram apenas na intenção e nunca saíram do
papel.
Situação atual
Abandono, este é o sentimento que se tem ao ver a atual situação do prédio, o mato tomando conta, ferrugem corroendo os ferros, equipamentos caros virando sucata, pelo que se tem conhecimento o prédio vem sendo utilizado como depósito de material de construção
pela própria prefeitura.
Desvio de finalidade
Em abril deste ano foi anunciado com pompas a seguinte manchete: “Administração Popular comemora instalação
de loja de equipamentos agrícolas.” Dizia a matéria que o Conselho
Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (CMDA), aprovou na última segunda-feira 04, a utilização do prédio do Packing House, localizado
ao lado do Shopping Rural,para a instalação de uma empresa do ramo
de Comércio de Máquinas e Equipamentos Agrícolas.
Prazos
Constava na matéria que a empresa pretendia iniciar as obras de
adaptação do prédio no segundo semestre deste ano e inaugurar a loja e a oficina autorizada que funcionarão no local em início de 2012. Dizia ainda que, a empresa utilizará o Packing House através de um
Termo de Permissão de Uso, o contrato com a empresa será de 5 anos, sendo que no final deste período o local deverá ser devolvido com capacidade de utilização para a fruticultura ou então com a prorrogação do Termo.
Esperança
Passados mais de 6 meses, o local continua abandonado e só resta aguardar que a previsão otimista do prefeito Paulo Machado, feita quando do anuncio, se concretize, a de que esta empresa terá grande
importância na geração de impostos, dizia ele que com a
oficina autorizada vamos ampliar consideravelmente a arrecadação
de ISS e com as vendas dos equipamentos vamos aumentar o índice de retorno de ICMS”. Além da ampliação na arrecadação de impostos
que deve ficar em torno de R$1 milhão por ano, a empresa irá criar 15 empregos diretos e mais de 20 indiretos.