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14.05.2016 - 11h00
Fechamento da Usina de Charqueadas é tratado em Brasília
O temor de fechamento da UTE Charqueadas levou o secretário de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Lucas Redecker, e lideranças da região Carbonífera a Brasília novamente nesta terça-feira (03), onde se reuniram com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata Ferreira e o diretor da Aneel Reive Barros dos Santos. Entre as conclusões do encontro está a proposta, que será apresentada ao Conselho de Administração da Tractebel, para que mantenha a usina em atividade pelo menos até o fim de 2017, a tempo de encontrar uma alternativa para a manutenção dos 2.400 empregos.
Outra medida é a criação de um grupo de trabalho, que vai atuar permanentemente em busca de uma solução para o problema.
O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, disse que teme pelo impacto social que o fechamento da UTE possa representar para a região Carbonífera do RS. “O governo do Estado não recebeu nenhuma informação oficial sobre o fechamento da usina. As informações que chegam são de outras fontes. Faço um apelo à empresa para que os prazos anteriormente acordados sejam mantidos, dando tempo para que a comunidade regional possa se organizar e para que alternativas possam ser encontradas”, declarou. O secretário ainda destacou que a autorização da redução da potência da usina foi um avanço importante e que, neste momento, seguem as tratativas em busca de um investidor que possa construir uma nova usina ou até mesmo modernizar a UTE Charqueadas.

A senadora Ana Amélia Lemos argumentou que foi graças a energia térmica que salvou-se o país de um apagão este ano. “Há um fator social extremamente relevante, que não pode ser desconsiderado. Há ainda o fato de ser uma região carente de investimentos, por isso a manutenção desse investimento é fundamental”, argumentou ela.

Sobre a UTE Charqueadas
A usina precisa se adequar às normas da Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012, da Aneel. A medida estabelece critérios de eficiência para as usinas de energia e entreou em vigor em dezembro de 2015. Os custos desta operação é que podem inviabilizar a manutenção da UTE. A resolução aplica-se para todas as usinas beneficiárias da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), inclusive para a térmica de Charqueadas.
De acordo com a Tractebel, a termelétrica tem uma capacidade instalada de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) e gera 2.400 empregos. No entanto, vem produzindo uma geração média de 40 MW médios a 45 MW médios, sendo lucrativa somente em alguns períodos de despacho, devido ao seu alto custo de operação. A usina de Charqueadas é uma das termelétricas mais antigas do País e começou a operar em 5 de janeiro de 1962.

Em fevereiro deste ano, a Aneel autorizou a termelétrica permitir que a companhia Tractebel reduza a potência instalada da sua usina a carvão em Charqueadas de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) para 36 MW. Com a diminuição da potência, consequentemente, o empreendimento aumentaria a sua eficiência. A ideia mais antiga era a construção de uma nova usina de porte semelhante ao da atual. Outra hipótese é a interrupção da atividade da termelétrica.