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24.03.2012 - 09h39
Várias terreiras fazem grande homenagem para cigana soraia
BUTIÁ - No sábado, 17, foi realizada grande festa para em homenagear a cigana Soraia, considerada a padroeira universal dos ciganos. A festividade contou com a participação de várias terreiras.

Foto: MANO MEDEIROS

Mesa farta para os convidados

Todos os anos no mês de março, é realizada festa que homenageia a cigana Soraia. Este ano quem organizou foi a Luci, que recebeu os convidados que compareceram em bom número na Rua José Zereu, 465.
Pai-de-Santo de várias terreiras participaram da festa. Nenê compareceu com toda sua terreira. Jorge com alguns de seus Filhos-de-Santo. O Beto não pode participar, mas muitos de seus filhos o representaram. Várias mesas fartamente abastecidas, com frutas, bolos, saladas, carnes e bebidas estavam à disposição do grande numero de pessoas que prestigiaram a festa.
Luci, a anfitriã, comentou que não é fácil organizar este evento e que recebeu auxílio de muitas pessoas amigas, em especial de seu Pai-de-Santo que veio da cidade de Campo Bom, o Luisinho do Caveira, que com a esposa Liane do Padilha, e o filho Marcos que é tamborista, lhe deram uma ajuda muito grande.
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar pelos judeus, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô, lenço da cabeça, chama por Kristesko, Jesus Cristo, e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a Saintes-Maries-de-La-Mer, na França. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos. Sara Kali é a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço, peça mais importante do seu vestuário. Prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz, dalto chucar diklô, te darei um bonito lenço.